Agrishow: Cooperativas de crédito ao agro estimam R$ 3,8 bilhões em negócios

Com cautela e de olho no movimento dos produtores rurais, as cooperativas de crédito presentes na Agrishow – 29ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, que termina na sexta-feira (3), em Ribeirão Preto, vão consolidando suas estratégias para os valores estimados. Pressionados pela baixa das commodities, principalmente grãos, mas animados com o desempenho de setores como o café e a cana-de-açúcar, a meta é pelo menos manter os patamares do ano passado ou até avançar um pouco.
As linhas para custeio da safra são o alvo das cooperativas. Os dois principais sistemas de cooperativas de crédito, Sicredi (Sistema de Crédito Cooperativo) e o Sicoob (Sistema de Cooperativas Financeiras do Brasil), esperam fechar negócios da ordem de R$ 3,8 bilhões durante a feira ou iniciados no evento.
“O investimento é o que mais gira nessas feiras em geral. O grosso do financiamento vinculado a investimentos, que os produtores usam para comprar implementos agrícolas”, diz Gustavo Freitas, diretor de crédito do Sicredi.
Freitas lembra que fatores negativos como juros altos, eventualidades climáticas e o choque nos preços das commodities impactaram o mercado de crédito, que na safra passada havia crescido 24%. Muitos produtores migraram para o consórcio, que cresceu de R$ 22 bilhões em 2022 para R$ 37 bilhões no ano passado. “O produtor está preferindo pagar um ‘pedaço’ da máquina todo mês, sem juros, até ser sorteado”, diz.
Mas a sequência de cortes na taxa Selic, pelo BC (Banco Central), dá melhores perspectivas para os clientes do Sicredi, que tem linhas de crédito com 3,6% até 17% de juros anuais. “No lançamento da safra, a taxa básica de juros era de 13,25%, hoje é cerca de 10% e na próxima [reunião do Copom, o Comitê de Política Monetária] deve estar ainda mais baixo. Isso, num financiamento de dez anos, faz uma diferença enorme.” Outro detalhe é a espera do novo Plano Safra, que pode vir com condições de crédito mais favorável.
A Agrishow espera receber cerca de 200 mil visitantes de 50 países, entre eles China, Alemanha, EUA, Colômbia, Holanda, Itália e países vizinhos. Entre companhias internacionais e brasileiras, participam da feira cerca de 800 empresas.
Por Vera Ondei e Bruno Cirillo Via Forbes