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Debate sobre o IOF deve focar no equilíbrio das despesas, diz Marcelo Noronha, CEO do Bradesco

Presidentes de grandes bancos discutem política fiscal e avanços em tecnologia na Febraban Tech 2025

Em meio aos efeitos do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), presidentes dos grandes bancos brasileiros ressaltaram a urgência de um debate mais profundo sobre a política fiscal do país, visando mitigar potenciais impactos negativos na economia brasileira. Durante a abertura da Febraban Tech 2025, realizada nesta terça-feira, 10, eles enfatizaram a necessidade de um diálogo construtivo para evitar medidas prejudiciais e garantir um equilíbrio fiscal sustentável.

Em relação à política fiscal, Marcelo Noronha, CEO do Bradesco, reiterou que o banco sempre defendeu que o debate sobre o IOF deve focar no equilíbrio das despesas e não apenas na receita. “Nós não simplesmente criticamos, mas tentamos influenciar positivamente em prol da nossa sociedade”, disse Noronha, destacando a postura construtiva dos bancos no diálogo com o Congresso Nacional e o Poder Executivo.

Roberto Sallouti, CEO do BTG Pactual (mesmo grupo controlador da EXAME), seguiu a mesma linha, enfatizando que é inevitável que o Brasil revise sua estrutura de despesas orçamentárias. “Se isso não ocorrer, o arcabouço fiscal vigente não será sustentável a partir de 2026, resultando em maior ineficiência e aumento do custo Brasil”, alertou Sallouti. O executivo também provocou: “Se sabemos que isso é inevitável, por que estamos esperando?”

Sallouti ainda fez uma analogia com as empresas, afirmando que, assim como no setor privado, o governo também precisa revisar suas despesas e buscar eficiência. “O governo tem o privilégio de ser um monopólio de tributar, mas até nisso esse monopólio acaba não funcionando, pois a sociedade reage”, completou.

Milton Maluhy, presidente do Itaú, convidou todos a somarem forças por um país melhor, destacando a importância de um trabalho ético e responsável. “Deixe a polarização de lado e foque no que é melhor para o país”, concluiu Maluhy.

Mario Leão, presidente do Santander, também destacou a importância de transformar os debates sobre equilíbrio fiscal em reformas estruturantes, com evolução significativa a partir de 2026. “O sistema financeiro tem um papel importante nesse debate e tem sido proativo”, disse Leão.

Avanços em inteligência artificial e produtividade

Durante o painel de abertura, o Itaú apresentou a ferramenta lançada neste mês, a “Inteligência de Investimentos Itaú”, uma solução de inteligência artificial generativa que atua como um “assessor de investimentos digital”, com foco em proporcionar uma experiência hiperpersonalizada aos clientes.  O banco também revelou que mais de 12 milhões de clientes já migraram para o One Itaú, o super app da instituição, que centraliza todos os serviços bancários em um único aplicativo. A medida teve um impacto positivo no NPS, métrica usada para medir a satisfação e a lealdade dos clientes, que aumentou em 85%.

O Bradesco também apresentou avanços em inteligência de dados, com a criação da Bradesco Inteligência de Dados Genérica (Bridge), que oferece 200 experiências internas, incluindo feedback diário por IA na área de cobrança para otimizar a performance dos funcionários.

O BTG Pactual destacou que a inteligência artificial foi fundamental para ganhos de produtividade, especialmente em atendimento ao cliente, com 75% de ganho nesse sentido e 30% em aumento de programação.  A aplicação da IA também tem sido estendida para marketing, personalização de ofertas, concessão de crédito e prevenção de fraudes.

Tarciana Medeiros, presidente do Banco do Brasil, afirmou que, além de digitalizar todos os processos bancários a curto prazo, o banco está trabalhando para combinar inteligência artificial com computação quântica a longo prazo. Isso permitirá adaptar o portfólio em tempo real, além de usar modelos de QML (Qualidade da Métrica de Liquidez) para melhorar a eficiência operacional.

Além disso, a presidente lembrou que os clientes do Banco do Brasil agora podem gerenciar seus gastos pelo WhatsApp, com integração da plataforma de CRM, oferecendo uma experiência omnicanal e permitindo o acompanhamento completo da jornada do cliente.

Por Juliana Alves via exame.

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