Plano Real: 30 anos do projeto econômico que transformou o Brasil

A crise econômica da década de 1990 era resultado das gestões do período da Ditadura Militar. Os impactos do regime foram severos, e o país sofria com endividamento externo e uma inflação elevada, que aumentava drasticamente o custo de vida dos trabalhadores.
Em junho de 1994, um mês antes do lançamento do Plano Real, a inflação acumulada em 12 meses era de quase 5.000%. Embora tenha encerrado 1994 com 916%, a inflação caiu para 22% no ano seguinte. A economia enfrentava recessão, alto desemprego, rápida desvalorização dos salários e um aperto monetário que interferia em todos os aspectos da vida cotidiana dos brasileiros.
“O Plano Real foi o maior projeto de organização da economia brasileira desde a proclamação da República”, afirma Vinícius Müller, doutor em História Econômica e professor do Insper. Em maio de 1993, Fernando Henrique Cardoso foi nomeado Ministro da Fazenda pelo Presidente Itamar Franco, assumindo o compromisso de combater a hiperinflação.
O plano envolvia fatores macroeconômicos, monetários e psicológicos, com a criação da URV (Unidade Real de Valor). Segundo Müller, o plano focou na reorganização econômica por meio de ajuste fiscal, continuidade da abertura econômica e diminuição do papel empresarial do governo.
Os benefícios do Plano Real foram diversos. Ele estabilizou a economia, facilitou o acesso ao crédito para os mais vulneráveis, promoveu crescimento econômico regular, aumentou o salário mínimo em termos reais e, o mais importante, reduziu a pobreza absoluta, melhorando as condições de vida da população mais carente no Brasil.
Por Poliana Santos via Forbes Brasil