Que venha 2023! Investimentos e atividades de Fusões e Aquisições

Atividades de Fusões e Aquisições (Mergers & Acquisitions – M&A, em inglês) tiveram uma forte redução no ano de 2022 com números preliminares refletindo queda de mais de 19% em número de transações e aproximadamente 39% em volume transacionado. Transações de grande porte (big tickets) foram mais ocasionais e impactaram fortemente na redução de valor transacionado.

Os motivos são conhecidos. Incertezas econômicas com temas relacionados a inflação, taxas de juros e recuperação (ou recessão) das principais economias, a guerra da Rússia com Ucrânia, as quebras nas cadeias de fornecimento, as perspectivas do mercado chinês e, não menos importante, neste contexto todo, como se comportarão globalmente as curvas de oferta e demanda. Adicionam-se a estes temas, alterações em ambientes políticos e relações geopolíticas em vários países (EUA, América Latina, China, dentre outros) e a crescente relevância, e provocação junto a governos, reguladores, investidores e a sociedade aos temas ESG (Enviromental, Social and Governance), principalmente no ângulo de Enviromental.

E uma rápida guinada não pode ser esperada para 2023. Os fatores mencionados, embora não possam ser classificados como estruturais, são um grande desafio e não devem se resolver em curto prazo. A consequente volatilidade dos mercados de capitais, com recordes negativos de abertura de capital de empresas (IPO – Initial Public Offerreing), follow-ons ou mesmo o questionamento, ou baixa performance, dos modelos de investimentos estruturados como SPACs (Special Purpose Acquisition Companies), o aumento das taxas de juros e a incerteza econômica impactam diretamente as atividades de Fusões e Aquisições. Aumentos de taxas de juros geram consequências, não somente nos investimentos em expansão de capacidade produtiva, mas também no aumento da aversão dos investidores ao mercado de riscos e imediata alocação de recursos na categoria de renda fixa, onde maior estabilidade e previsibilidade, bem como garantia de retorno, estão presentes. Além disto, referida falta de previsibilidade e maior instabilidade, causaram a re-precificação dos ativos (empresas) – além e afetar o poder de compra de investidores, estratégicos ou financeiros, que, com o aumento do custo de financiamento (maior taxas de juros), aumenta o custo de fazer aquisições.

Por Alexandre Pierantoni via Kroll

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